Em Gil Vicente, a função do Parvo não é apresentar-se a si próprio, nunca sendo observado pelo interesse que em si mesmo possa oferecer, mas tem como função criar efeitos cómicos, irresponsáveis e alheados de si.
Na Barca do Inferno, comenta as pretensões de alguns condenados.
O Parvo chega ao cais distinguindo-se dos outros mortos, pois considera a Barca do Diabo como sendo a Nave dos Loucos.
Durante a peça do Auto da Barca do Inferno, interfere diversas vezes, sendo constante característica a sua linguagem desbragada, que tanto é injuriosa como optimista, fazendo de si um ser louco, completamente à parte, liberto de regras e constrangimentos, em que a ordem não exerce qualquer tipo de poder.
Até o Diabo, com ele se sente impotente.
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