quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O Consílio dos Deuses I


A estrofe 19 corresponde ao início da narração, mas a armada encontra-se já no canal de Moçambique (narração in media res). A posição dos navegadores é estratégica, na medida em que os torna verdadeiramente descobridores. Até esse ponto, a descoberta já havia sido feita por Bartolomeu Dias.

Nas estrofes 20 e 21 a narração é interrompida e dá-se uma mudança de cenário (Olimpo) e de personagens (deuses). No Consílio comparecem todos os deuses da Antiguidade (tipicamente Renascentista, na medida em que se retoma a cultura clássica), vindos de toda a parte. São convocados para decidir o destino dos portugueses no Oriente.
Perífrase, a designar Mercúrio: "Pelo neto gentil do velho Atlante" - diz-se por muitas palavras o que se poderia dizer em poucas ou numa só.

As estrofes 22 e 23 correspondem à descrição e apresentação de Júpiter "sublime e dino"; "gesto alto, severo e soberano"; "coroa e ceptro rutilante"; tom de voz "grave e horrendo", bem como à descrição do Olimpo, cuja adjectivação, a par dos substantivos, nos remetem para um ambiente de riqueza e grandiosidade.

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